A corrida dos ratos

Já escrevi várias vezes sobre as crises de ansiedade que me ocorreram num passado distante e noutro nem tão distante. E tenho clareza de que a causa maior da minha ansiedade é o estresse gerado pela minha rotina profissional. Interessante e desolador ao mesmo tempo, foi perceber ao conversar abertamente com alguns colegas de trabalho, que este problema acomete tantas pessoas das que eu convivo atualmente.

As que podem fazem terapia, as que não tem condições tentam dar um jeito. Seja praticando algum esporte, desenvolvendo atividades de lazer ou até mesmo recorrendo para a religião. Mas tem aqueles que nada fazem. Seja por não saberem por onde começar, ou por nem terem identificado ainda que algo está errado. É como se estivéssemos dentro de uma matrix. A coisa está ruim, mas nem percebemos isto. Ficamos doentes e achamos normal. Estamos irritados e descontamos fora do trabalho, nos amigos, na família e achamos normal. Estamos nos viciando em sites de aposta ou nos espelhando em influenciadores digitais e achamos tudo isto muito normal. Deve ser o tal do novo normal que tanto falaram na época da pandemia.

Mas a pandemia que vivemos agora é outra. E para os que já enxergam um problema, caos maior ainda. Uma infinidade de gurus prometendo soluções milagrosas. Poder da mente, do universo, do chá das cinco, das atitudes positivas, poder do sim, poder do não. Precisamos sim é buscar profissionais qualificados, buscar terapia, buscar uma solução. Eu mesmo tento a todo custo fugir da corrida dos ratos, mas não é tão simples como eles falaram.

Não é pelo fato de não ser fácil que não pode ser alcançado. Nem sempre mudar de emprego resolve as coisas. Nem sempre esta mudança se faz necessária. As vezes uma simples conversa, mudança de rota, de perspectiva, planejar ações simples mas eficazes. Comigo vem funcionando, ainda que aos trancos e barrancos. Força a todos, cuidado com os charlatões e hidratem-se adequadamente. #Paz.

A crise, o apagão, o susto

Pra quem me acompanha a mais tempo sabe que em meados de 2011 eu tive algumas crises de pânico e ansiedade. Estive em tratamento até a metade de 2013, e desde então, não precisei de nenhum tipo de medicação. Pelo que me lembro nos últimos 10 anos, eu tive apenas um episódio de crise de ansiedade (se não me engano em 2014). Então, como podem ver, de lá pra cá um grande periodo se passou, e até aí tudo bem.

Eu sempre tenho o costume de dizer que estou controlado, mas não ouso a dizer que estou curado. A ansiedade quando extrapolada pode estar ali, escondida em algum lugar, só esperando uma boa oportunidade para um oi. E eis que depois de tantos anos, ela resolveu me saudar de uma maneira bem assustadora.

De tudo que me lembro, era somente da sensação de que eu estava tendo um AVC ou ainda um infarto. Cheguei a desmaiar, mas antes disto meu corpo todo formigava, minhas mãos enrijeceram de tal forma que sinto dores até agora, passadas duas semanas do ocorrido. Como eu tenho um breve histórico de pancadas fortes na cabeça, acabei ficando internado e realizei uma bateria de exames. Graças a Deus foi só o susto mesmo, minha saúde está muito boa. Mas, e então o que houve?

O neurologista que foi me visitar e me dar alta, disse se tratar de uma crise ocasionada por estresse elevado. Uma forte crise de ansiedade. Quando ele me disse, confesso que neguei, não quis aceitar. Cara, eu me considero até bem controlado, como assim crise de ansiedade?

Mas aí percebi certas semelhanças com as crises da primeira vez – insatisfação com aspectos profissionais, pressão interna elevada por resultados, e um retorno recente ao trabalho após uma viagem de férias. Desde então eu tenho ficado muito mais reflexivo sobre o ritmo de vida que estou levando. Antes eu tinha mais tempo livre e fazia mais as coisas que eu gosto. Agora o esgotamento e cansaço já não me encorajam a fazer nada a não ser chegar em casa, comer e descansar. Um sinal de alerta que se acendeu.

Sabe destes pontos de virada que nos fazem mudar de atitude na vida? Aquelas vírgulas, aquelas páginas viradas. Sinto que minha internação foi um destes. Eu, aos meus trinta e oito, nunca havia ficado internado em hospital. Ainda bem que minha família e minha companheira estiveram o tempo todo ao meu lado (alías, muito agradeço a ela, que dormiu comigo no hospital para me cuidar e ainda foi trabalhar no dia seguinte).

Se for pra tirar algo de bom disto tudo, é exatamente saber que tenho com quem contar. A base de um relacionamento também é formada pelo apoio que recebemos em momentos difíceis. E diferente do passado, me senti muito mais fortalecido. Em partes por ter esse apoio, em partes por estar mais maduro. Por já ter passado por isso antes, e por saber que só depende de mim com a ajuda daqueles que amo para ficar tudo bem. E assim vai ser. Decisões serão tomadas ao longo do ano, e daqui a algum tempo só me resta lembrar deste episódio como sendo isto – um susto – um ponto de virada.

Novo projeto

Venho pensando há um certo tempo em iniciar um novo espaço na blogosfera. Eu sinto muita saudade de escrever em inglês, e confesso que estou até perdendo essa habilidade. Já postei algumas coisas neste idioma por aqui como forma de praticar, mas achei que ficou meio confuso, deslocado da proposta do Cachorro Magro. Tanto que abandonei a idéia momentaneamente.

Inspirado no blog do Pointless Overthinking, acabei tendo a ideia de iniciar um novo blog totalmente em inglês. Desta forma poderei praticar o idioma, e quem sabe ter minhas ideias espalhadas para um público diferente. Só que eu não gostaria de fazer isto sozinho. Gostaria de criar algo em conjunto, para que juntos possamos compartilhar nossas idéias no mesmo espaço.

Ainda não tenho um nome (aliás, aceito sugestões), bem como ainda não temos escritores suficientes. No momento sou eu e meu amigo Adriano que reside em Liverpool, mas creio que umas cinco ou seis pessoas seria o ideal para lançarmos um texto a cada cinco dias mais ou menos. Cada autor escreveria um texto por mês para que possamos alcançar esta frequência de publicações.

O projeto e o tema são livres para quem quizer participar. Caso tenha interesse, eu fico muito feliz em dividir um novo espaço com vocês. Minha intenção é de ter algo pronto para lançamento para os próximos quinze dias mais ou menos. Gostou da ideia? Entre em contato via comentários ou pelo email juliano.zoo@hotmail.com . Vai ser uma honra tê-los como parceiros nesta nova jornada!

Sobre o pânico 2

Viver tempos de incerteza, tempos difíceis podem ser encarados como uma coisa muito ruim, ou ainda como apenas uma fase para ficar mais calejado. Passei por momentos bem difíceis na vida, como a morte da minha mãe, que foi algo que quase nunca mencionei por aqui. Creio que este ocorrido, e as minhas crises de ansiedade foram os dois pontos de virada negativos que mudaram meus caminhos. O tempo todo eu penso quais outros rumos eu teria tomado caso essas duas catástrofes não houvessem me acometido.

Minha última crise pelo que me lembro foi em meados de 2013, e foi bem assustador, visto que eu estava me recuperando e muito bem, obrigado. Estava no trabalho na parte da manhã, no meio da produção da fábrica entre mais ou menos umas 400 pessoas ao meu redor. Foi algo tão desesperador, uma espécie de looping onde eu girava e me sentia sozinho, e de repente estava cego e surdo, isolado em algum ponto distante da mente. Naquele periodo eu não estava mais em tratamento, havia parado com a medicação e terapia há cerca de seis meses.

Tive que tomar uma difícil decisão – de recorrer ao tratamento novamente, e quem sabe ficar dopado, e em modo semi-desligado justo quando mais precisava de energias e força para uma guinada. Poderia também encarar apenas como uma recaida, sacodir a poeira e apenas seguir. Fui forte e auto-confiante suficiente para arriscar a opção mais perigosa, a segunda. Eu não podia me dar ao luxo de passar por todos os efeitos colaterais dos psicotrópicos novamente. Tentei atividades físicas, religião e distração, e foi a melhor coisa que poderia ter feito.

Caso você não se sinta bem o suficiente, ou confiante da maneira necessária não faça o mesmo. O tratamento em casos de depressão e crises psicológicas é importantíssimo, não deve ser negligenciada. Após algum tempo, eu busquei terapia novamente, mas não cheguei a frequentar três sessões. Consegui ver que realmente a recaída foi um fato isolado, e que nunca mais se repetiu.

Venho pensado muito sobre isto ultimamente, principalmente em tempos de pandemia. Mesmo a situação sendo crítica, não faz bem nos cercarmos apenas dos acontecimentos catastróficos. Deixei de lado as notícias ruins, estou mais envolvido com aquilo que me faz bem. Foi minha vávula de escape. Não cheguei a ter sequer um resquício sequer de outra crise de ansiedade. Estou controlado. Preocupação e problemas, sempre existirão, entretanto a forma como lido com eles atualmente fazem toda a diferença. Se perceber que algo está errado, procure ajuda. Por mais que pareça um poço sem fundo, com tratamento é possível ver que o fantasma é bem menos do que representa ser.

CACHORRO MAGRO DEZ ANOS #2

A fase sombria

Seguindo as comemorações destes dez anos de cachorro magro, vou analisar a segunda fase do blog. Se você chegou agora comece por aqui. Esta foi a fase mais sombria, mas ao mesmo tempo a mais libertadora. Como disse no post anterior, o artigo Myself, que encerra a primeira etapa, já demonstrava traços de que algo errado estava prestes a ocorrer com o pobre cachorro (basta ver a figura que o estampa). Houve o primeiro hiato, que durou cerca de oito meses. Estes meses foram de alguma turbulência, que acabaram desencadeando as crises de ansiedade que me acometeram neste ano.

Mais uma vez acabei recorrendo as postagens, desta vez para acalmar minha mente inquieta. Em Nuvens e tempestade, entrei de sola e despejando todo o desespero sobre algo que eu não sabia direito o que era – “Parece que existem varios demonios na minha cabeça, e que tenho que domá-los para ficar em paz comigo mesmo“. Na postagem seguinte, A crise de 27, eu já demonstrava mais controle, e começava a trabalhar para realizar uma grande mudança. Fica claro a importância que a escrita teve na recuperação, quando citei “Fiquei meio receoso de escrever sobre isso aqui, mas acho que pode ser uma boa forma de extravasar e quem sabe  ir melhorando aos poucos“.

Este periodo foi um dos mais prolíficos em artigos publicados. O conto O homem sentado, demostra minhas reflexões sobre as relações humanas e nossa auto escravidão frente a expectativas que geramos nos outros. Conheci muitas pessoas durante esta etapa da minha vida, me deixei experimentar diversas coisas diferentes, e fiz alguns dos amigos que eu levarei para a vida toda. Foi também um momento de mudança física, visto que tive que mudar de residência conforme relatei em Refazer as malas.

A crise de 27 foi encerrada em Conclusões. Decidi investir em crescimento profissional e pessoal e acabei entrando num curso de pós graduação. Houve um novo gap no blog, mas foi necessário para alavancar novos projetos. Hoje relembro com grande reflexão este período, que foi fundamental para mudar praticamente toda a minha visão de mundo e minhas atitudes perante a vida.

O DEMÔNIO DO MEIO DIA

Falar sobre depressão nunca é fácil. Ainda mais que existem centenas de síndromes e distúrbios pipocando a cada momento. Não sou um profissional habilitado a falar sobre o tema, mas possuo uma certa experiência pessoal. Aqui mesmo no cachorro magro eu já escrevi bastante sobre isto, sobre este período nebuloso que circundou a minha vida. Posso definir a minha jornada como antes e depois da crise dos 27.

Uma das coisas que me ajudaram muito na época, já mencionada aqui, foi a leitura do livro “O demônio do meio dia”. Prometi que faria um post sobre, entretanto optei por fazê-lo após uma segunda leitura imparcial, sem a influência das minhas crises. E olha que demorou bastante para este post chegar, uns sete anos ao menos.

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O livro relata as experiências e pesquisas realizadas pelo autor – Andrew Solomon. Não farei uma resenha do mesmo, visto que pode-se encontrar aos montes na internet. Vou falar o quão esta leitura impactou na minha recuperação,  e como influenciou no modo como passei a enxergar a vida. Sim, pode parecer muito, mas ele realmente teve este poder. 

Lembro que tomei conhecimento desta obra no ápice das minhas crises, descrita aqui. Foi através de pesquisas na internet e por meio do blog sempre no presente que soube a respeito. A descrição completa de fatos, tanto do autor quanto de entrevistados, a cerca de crises, tratamentos e o impacto que isto causa na vida não somente do deprimido, mas de todo o círculo social do indivíduo, me fez sentir uma sensação de pertencimento, um conforto de perceber que eu não estava só. Aliás, depois acabei conhecendo outras pessoas que sofreram ou sofrem de depressão em algum grau. No meu caso, o desespero e aflição deu lugar a esperança e vontade de mudar. Vontade essa que continua até hoje.

Sinceramente, mesmo após estar sem crises há seis anos, nunca me considerei curado, me considero controlado. E a partir do momento que passei através da terapia a conhecer minhas limitações, passei a respeitá-las e contorná-las de uma forma não agressiva tanto para mim quanto para os que me cercam. Espero nunca mais sentir o demônio do meio dia espreitando a minha mente, e não quero pagar para ver. A depressão, mesmo que em suas formas mais brandas, deve ser levada a sério.

Sobre o Pânico

Apesar de fazer bom tempo que estou controlado e me sentindo bem, ainda assim – lá no fundo – acredito que não está acabado. Por diversas vezes me sinto prepotente, sabendo que preciso lutar diariamente contra um mal silencioso que pode voltar a qualquer momento. Intuo que preciso ficar bem – nessa batalha não existe essa de “não tô legal hoje”. Posso estar sendo severo demais comigo mesmo, mas percebo que precisa ser assim.

Pro meu caso, essa história de buscar ser um homem melhor é mais do que uma promessa de ano novo ou meta semestral. Está mais para uma questão de sobrevivência no universo da minha própria mente. Venho refletindo sobre isto exatamente num momento oposto ao vivenciado há quase um ano atrás. Estou muito bem em todas as áreas da minha vida, passando por importantes transformações para fechar o ultimo ciclo de pendencias que precisavam ser resolvidas. É bem por isso que agora julgo importante esta reflexão. Fica mais claro quando se está por baixo, principalmente quando se aceita a condição doente da mente. Depois da aceitação, a tendência é somente melhorar – como já esteve ruim, dificilmente piora.

Este tipo de reflexão gera desconfiança interna e certa confusão: o menor sinal de dias não tão bons segue acompanhado da dúvida da recaída. O mais importante não é evitar uma possível recaída, mas sim estar preparado para quando ela chegar – se ela chegar – enfrentar de peito aberto e queixo em pé. Se cair, levantar mais forte, seguir meu caminho, aprender a conviver com o meu fantasma interno e eterno. 

Conclusões

Depois de um pequeno hiato, retomo as escritas para dar um fim aquilo que chamei de período transitório. Não teve um fato ou dia específico para dizer que as mudanças necessárias ocorreram, simplesmente elas ocorreram, e quando me dei conta… a tempestade foi embora. Várias coisas contribuíram para essa mudança, e escreverei sobre aquilo que me ajudou.

Familia: foi muito importante nesse processo todo. Quando se está por baixo, a família sempre vai te dar suporte. Eles não ligam para seus problemas ou defeitos, e é ótimo saber que se pode contar com ela, mesmo estando longe.

Amigos: Também essenciais, quando se os tem por perto, ou mesmo eles estando longe. Quebrei meus preconceitos contra as pessoas da “colonha”, conheci muitas pessoas, e fiz novos amigos. Alem disso, foi importante estreitar velhos laços de amizade, apesar de muitas vezes ausente, os velhos amigos sempre vem com uma palavra que pode ajudar.

Individualismo: Uma coisa meio controversa, mas que para mim teve resultado. Durante esse tempo, fiz coisas e me afastei de pessoas da forma que não deveria ser feito. Mas, de certa forma, eu precisava resolver meus problemas por conta própria. Reforço aquilo que disse em uma postagem anterior: é importante buscar a felicidade sozinho, para depois compartilhar com outras pessoas, e poder fazer os outros felizes. Resolvi seguir o caminho mais árduo: o isolamento e egoísmo. Porém, o resultado foi satisfatório, consegui sair de uma crise – sendo isso muito importante para descobrir até onde meu potencial pode ser desenvolvido. Posso me arrepender de algumas atitudes mais tarde, mas… quem é que nunca faz cagada. Ainda mais quando se está confuso e buscando a paz, dificilmente a gente agrada a todos e tomas as decisões corretas. Importante reconhecer os erros e trabalhar para não comete-los novamente.

Acreditar: Uma coisa muito importante, é sempre acreditar em algo. Acreditar que se pode melhorar as coisas, ter esperança. Acreditar que as coisas valem a pena ser vividas e modificadas, acreditar no futuro, na mudança e no amor. Além disso, é importante ter fé em algo superior e inesplicável. Voltei a freqüentar a igreja, coisa que já estava querendo tem um certo tempo, e tem me feito muito bem. Não chega na questão de que deus vai resolver todos os meus problemas, mas consegui ficar mais calmo nesse processo de evolução a partir do momento que busquei a deus.

Trabalho: O trabalho me ajudou muito durante esse tempo. Primeiro para ocupar minha cabeça, depois no meu processo de desenvolvimento pessoal. Nunca falei de trabalho nesse blog, mas hoje estou vivendo aquela que considero a melhor fase desde que cheguei por aqui, e com certeza ter boas perspectivas no trabalho faz toda a diferença.

Lazer: Se divertir e aproveitar as pequenas coisas. Dar risadas bobas, cultivar o bom humor, tudo me fez uma pessoa menos carrancuda e mais leve com a vida. Tenho lido bastante, voltei a andar de bicicleta, tenho mais interações sóciais com amigos que fiz aqui, coisas simples mas muito importante para a minha felicidade.

Estudo: A cabeça nunca pode parar. Estudar ajuda a evoluir constantemente, seja na área profissional, ou em questões particulares da nossa vida. Ajudou na hora de ficar mais concentrado e focado no meu dia a dia.

Amor: Pra finalizar, uma coisa que para muitos pode estar batida, mas que na verdade é a mais importante de todas. Ter amor. Amor, pelas pessoas, pelas coisas, por aquilo que você se propôs a fazer. Receber amor também é de grande importância, ninguém consegue sobreviver sem isso – pra mim o combustível da vida. O poder de transformação das coisas quando se tem amor. Somente assim se enfrenta dificuldades, você se torna capaz de perdoar, de ajudar os outros, você adquire mais serenidade e força pra seguir. Amo a todas as pessoas que fazem ou fizeram parte da minha vida, cada um de uma forma e intensidade diferente.

Essa postagem encerra uma parte importante desse blog, e também da minha vida. A partir de agora, o foco das postagens vão ser mais descontraídos. Essas conclusões servem para avaliar todo esse tempo que se passou, tanto dessa crise, quanto desses dois anos que eu estou na colonha. Dois anos na colonha… como passa o tempo… e que venham todos os outros, agora estou fortalecido para enfrentar aquilo que surgir no caminho, sempre tentando evoluir e buscando não cometer os erros do passado.

O mal do século

Digam oque disserem, o mal do século é a solidão. É o que diz uma musica de Legião urbana, ainda do século passado, mas ainda muito atual. Venho convivendo com o mal do século desde que me mudei pra Colonha, e engraçado que, agora no periodo transitório, acabei descobrindo que isso é muito frequente por esses lados. Conversando com as pessoas daqui, em busca de um novo local para morar, me deparei com vários tipos que apresentam sintomas muito parecidos com os que me fizeram estourar a minha crise. Alguns tem mais facilidade de lidar com essa situação, outros não, ou procuram disfarçar essas coisas.

Venho lendo um livro muito inspirador durante esse periodo, me faz refletir muito sobre a situação atual – vai merecer uma postagem exclusiva assim que eu terminá-lo. Me fez refletir sobre coisas que talvez não seria muito apropriado me aprofundar demais, mas está me fazendo amadurecer satisfatóriamente.

Hoje em dia, todos buscam a qualquer preço a felicidade através dos outros, sem antes buscar a felicidade em si mesmos. Parece ser uma espécie de inversão – entre individualismo e egoísmo –  coisas diferentes ao meu ver. Dizeres do tipo, você me completa e blá blá blá, nos tornam egoistas em querer que o próximo nos faça feliz onde na verdade, deveria existir o individualismo –  eu mesmo me faço feliz.

Ta certo que a idéia de buscar alguem para encontrar a felicidade é aceita, mas de forma moderada. Uma das passagens desse livro que eu estou lendo, diz que o deprimido não tem capacidade de dar ou receber afeto, concordo. Por outro lado, também fala que para se sair da depressão, é preciso ajuda e amor das pessoas que nos rodeiam – pra mim tudo tem sua parcela de participação. No meu caso, a parcela individualista está pesando em mais de 80% diria eu, onde primeiramente venho buscando me resolver pra depois aceitar a idéia de dar ou receber afeto –  fazer ou deixar que me façam feliz. Já usei essa formula antes, porém agora com mais inteligencia e sensibilidade.

É importante manter os contatos sociais, ainda mais hj em dia que as redes sociais tão em alta, fazendo com que as pessoas se vejam cada vez menos. Estou indo pelo caminho contrário. Estou abandonando as redes sociais, e tentando me aproximar mais de corpo presente das pessoas, e olha que isso tem me feito muito bem.

Minha meta essa ano, é diminuir drasticamente meu tempo desperdiçado na internet, tenho conseguido esse feito com êxito – e num futuro próximo, quanto o periodo transitório tiver acabado, prometo um post com minhas conclusões a respeito desse assunto. Agora pra mim é assim, se faça feliz, coloque sempre a sua familia em primeiro lugar,que o restante acaba se tornando consequência.

As vezes é preciso parar pra seguir em frente.

Bom, ano novo iniciando e eu sem fazer aqueles “grandes planos” que alguns fazem no começo do ano. Resolvi mesmo foi entrar em ação para resolver questões que poderiam emagrecer mais ainda esse pobre cão. Como colocado no 1o post desse blog, uma das necessidades desse cachorro magro, a moradia, está novamente fazendo eu me mexer.

Mas, se tudo der certo, vai ser bom, digamos que estou entrando na segunda fase do periodo transitório.  Definição que achei na internet para transição:

1. Transição

Enviado por Genilson Francisco dos Reis (SP) em 20-08-2008
Mudar, transitar.
É um efeito de mudanças gradual de uma imagem para outra.Mais ou menos oque está ocorrendo de uns tempos pra cá. Num primeiro momento, foi a fase de indagações, reflexões, a hora de botar a casa em ordem. Nessa segunda fase, chegou a hora de concretizações, fazer as coisas acontecerem, terminar com a transformação que se iniciou com o estouro da minha crise interna.

Dar uma pausa para reflexão está sendo importante para colocar novamente o trem nos trilhos. O periodo transitório ainda não acabou, mas a segunda fase, apesar de ter começado a pouco, ja esta sendo muito gratificante. Esse ano promete…